Al-Madan 2ª série, n.º 19, Janeiro 2015
EDITORIAL
A E-Faith (European Federation of Associations of Industrial and Technical Heritage), tem em curso uma campanha para celebrar 2015 como Ano Europeu do Património Industrial e Técnico, reunindo várias iniciativas por toda a Europa (ver http://www.e-faith.org).
Em Portugal, pode dizer-se que essa celebração já se iniciou em 2014. Em Maio, realizou-se no Porto o II Congresso Internacional sobre Património Industrial, numa iniciativa da Universidade Católica apoiada pela Associação Portuguesa para o Património Industrial (APPI) e pelo The International Committee for the Conservation of the Industrial Heritage (TICCIH). Poucos dias depois, em Junho, coube ao Museu Nacional de Arqueologia e à Associação Portuguesa de Arqueologia Industrial (APAI) organizar em Lisboa uma Jornada de Arqueologia Industrial para reflectir sobre o presente e o futuro da Arqueologia e do Património pré-industriais e industriais.
Considerando a oportunidade e a importância da temática, a Al-Madan associa-se a este movimento europeu reunindo em dossiê especial um conjunto de artigos que desenvolve as apresentações à Jornada lisboeta. São contributos certamente relevantes para o indispensável diálogo científico multidisciplinar, no sentido da precisão e clarificação de conceitos, métodos e práticas, com a consequente afirmação da reivindicada especificidade na área das ciências arqueológicas e patrimoniais, tanto nos planos da investigação e da salvaguarda, como nos da valorização, divulgação e sociabilização.
Esta Al-Madan impressa dá ainda destaque a reflexões sobre o panorama museológico português e internacional, no que respeita aos museus ditos “tradicionais” e, particularmente, quanto ao presente e futuro que se perspectiva para os ecomuseus, face aos riscos e desafios hoje enfrentados pelas instituições que adoptaram este paradigma museal e atendendo às tendências já identificáveis.
Para além de estudos e intervenções recentes de natureza muito diversa, a publicação do novo Regulamento de Trabalhos Arqueológicos merece também o devido destaque, com enquadramento histórico e legislativo, análise e comentários ao documento que estruturará toda a futura actividade arqueológica portuguesa.
Em paralelo, ao mesmo tempo que se inicia a distribuição deste volume da Al-Madan impressa, fica também disponível na Internet outro tomo da sua “irmã” mais nova, a Al-Madan Online, com conteúdos diferentes e suplementares em formato digital para acesso generalizado e gratuito (ver http://issuu.com/almadan). Apenas no último semestre, esta solução editorial contabilizou um número de visualizações superior a 210 mil e foi procurada por mais de onze mil leitores de praticamente todos os continentes (a excepção é a Oceânia), com destaque natural para os de Portugal, mas com boa expressão também no Brasil e em Espanha.
No presente volume impresso ou no tomo digital, as páginas da Al-Madan e da Al-Madan Online estão à sua disposição. Votos de boa leitura...
Jorge Raposo [in p. 3]