Al-Madan IIª série, n.º 25, Novembro 2022

 

EDITORIAL

 

Há 40 anos (1982), quando preparávamos o número zero da 1.ª série da Al-Madan, e mesmo há 30 (1992), quando editávamos o n.º 1 da 2.ª série, não podíamos imaginar que este projecto editorial atravessaria as décadas seguintes, com naturais altos e baixos, para chegar a 2022 com um passado e um presente que honram quem a produz e edita e, hoje, não se confinam nestas páginas vertidas em papel. Desde 2005, a Al-Madan Online está presente na Internet e suplementa a revista impressa, nos últimos dez anos com periodicidade semestral, promovendo outros conteúdos de natureza arqueológica, patrimonial e de áreas de intervenção com estas relacionadas. No total, são 8983 páginas publicadas (impressas e digitais), que reúnem trabalhos de 999 colaboradores(as) nacionais e estrangeiros(as), muitos(as) deles(as) várias vezes repetentes.

É um trabalho persistente e consistente de promoção e de divulgação científica que tem permitido partilhar o pensamento e a acção de autores(as) e investigadores(as), dos(as) mais credenciados(as) e experientes aos(às) que iniciam agora o seu percurso profissional ou académico. No caso da Al-Madan impressa, esse esforço editorial estimulou também a abordagem coordenada e mais aprofundada das matérias a que se dedicaram os seus dossiês centrais, muitos deles ainda fontes de referência para as temáticas tratadas.

Sendo vários desses dossiês balanços retrospectivos da realidade portuguesa, procurámos neste volume, simbólico pela data "redonda" que assinala, olhar mais para o futuro do que para o passado. Um conjunto de autores(as) muito qualificado e diversificado aceitou o desafio para um ensaio prospectivo dedicado ao que, sob diferentes perspectivas e em domínios distintos, podem e devem configurar os Grandes Desafios da Arqueologia Portuguesa, no sentido lato da sua componente científica, profissional e formativa, mas também do enquadramento legislativo, da interacção com outras áreas de saber e, ainda, da preservação e sociabilização dos bens arqueológicos imóveis e móveis.

Entre outras matérias que reputo de relevantes, permitam-me que destaque artigo que historia a introdução das análises estratigráficas e, em particular, da "matriz de Harris" na arqueologia de campo realizada no nosso país, até porque a Al-Madan teve um papel pioneiro e fundamental na apresentação e difusão desta metodologia, hoje generalizada.

Enfim, das crónicas aos artigos, estudos e notícias, encontrar-se-ão certamente motivos de leitura nas páginas seguintes. Votos de que o possam fazer com prazer, de boa saúde e em segurança.

 

Jorge Raposo [in p. 3]

 

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